No último dia 24, o jornal O Estado de São Paulo retomou um assunto que era febre nos anos 90: o risco de extinção do mico-leão-dourado. E a matéria veio com a boa notícia: a população da espécie cresceu no país.
A perda de seu habitat, ou seja, a diminuição da área disponível para que possa viver na Mata Atlântica, mais especificamente no litoral fluminense, gerou uma séria preocupação na população e em entidades ambientalistas na década de 1990. Por ser um animal endêmico, ou seja, que só existe num determinado lugar, a extinção seria catastrófica.
O número já chegou a 200 indivíduos, devido à redução dos remanescentes para 2% da vegetação original no local; nessa época, a espécie foi considerada criticamente ameaçada de extinção. No entanto, recentemente, foram contabilizados 1700 micos. Uma melhora e tanto, embora muitas atitudes ainda devam ser tomadas.
O resultado atual se deve a estudos de reprodução e comportamento, e reintrodução de indivíduos na natureza. A recuperação do habitat também tem sido um passo importante: a oferta de área para o mico viver, aumentou em 140%, desde que os trabalhos para sobrevivência da espécie começaram. A participação dos proprietários de terra na região também foi essencial: ao concordarem em não desmatar sua área, transformaram-nas em Reservas Particulares do Patrimônio Nacional (RPPNs).
Todos os esforços são necessários, vistos que o mico-leão-dourado é um animal exigente, e precisa de pelo menos 50 hectares para viver com toda a sua família.
Os resultados nos mostram que ações de todos os lados são bem vindas, e fazem uma grande diferença. A mobilização da população, tal como do governo e de entidades, é fundamental para que se atinja objetivos como esse, vale ressaltar.
Nós sempre esperamos um mundo melhor. Mas o pensamento só se torna nobre quando tentamos melhorar a Terra não só para nós mesmos, mas para todos os seres que nela habitam.