Essa é uma questão que muitas vezes vem à mente daqueles que vão ver um filme.
Seja no cinema ou em casa, filmes ou séries, há sempre a questão da escolha do idioma. Uns não se importam, qualquer coisa está bom. Outros fazem questão de ver dublado, pois têm preguiça de ler, ou estão acostumados. E há ainda o grupo que prefere ver legendado, pois assim dá pra notar cada detalhe da voz verdadeira do ator: sotaque, tom, velocidade da fala...
Eu faço parte do último grupo. A voz original do ator traz um ar de naturalidade à obra, além de evitar aquela coisa desagradável de lábios que se mexem quando a fala já acabou. Típico. Mas, claro, há exceções: clássicos ou desenhos, podem ser muito bem aproveitados mesmo dublados. De fato, desenhos dublados são melhores, porque podemos reparar em toda a arte que o envolve, todos os movimentos, cores, e simpatia dos personagens.
De qualquer forma, a onda dos filmes e séries dublados aparentemente vai dominar o mundo. Cinemas dão grande preferência pra exibir filmes assim, canais de tv a cabo tentam se adaptar a nova classe social, e colocam grande parte da programação com idioma português. Mas, onde fica a opção de assistir produções legendadas?
Não digo que filmes dublados devem sumir do mapa, ou das telas, melhor dizendo. Mas oferecer a opção ao cliente, de escolher entre os dois idiomas, deveria ser algo obrigatório. A adaptação aos novos clientes, é besteira: é supor que os que vêm agora, não sabem ler, ou simplesmente, não gostam de ler.
O que pode ser verdade até, mas não uma verdade total. Há exceções. E se pagamos por isso, a minoria também deveria contar.
Não sei se por hábito ou preguiça os brasileiros assistem mais o que é exibido na língua materna. De repente é por não desgrudar os olhos da novela, ou por ficarem acomodados. O fato é que não ler as letrinhas na parte inferior da tela, alegando que não gosta de ler, e que perde a 'parte visual' da coisa, é bobagem. Tal como dizer "estamos no Brasil, oras!".
As fronteiras se dissipam a cada dia que passa. Acreditar que não há troca de informação cultural entre os países, é ilusão. Assim, por que não aceitar as mudanças, a entrada de material artístico de outros países no Brasil, com sua própria língua?A internet facilita nessa questão, atualmente. Mas, ainda assim, outros meios deveriam seguir o exemplo: duas opções para que os clientes decidam o que é melhor.
Padronizar séries e filmes como novelas, nunca vai ser a mesma coisa. O português deve, de fato, ser valorizado, mas colocá-lo onde não existe inicialmente, é produzir um conteúdo artificial.
E se mesmo com o idioma desejado o longa soar estranho, aí só resta trocar de canal. Enquanto ainda temos essa opção.
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